Spotify, o maior serviço de streaming de música do mundo, chegou definitivamente ao Brasil nesta quarta-feira (28/05). Nos últimos meses, a empresa já vinha liberando acesso para alguns brasileiros, mas agora seus serviços já estão disponível para qualquer interessado.
GUSTAVO DIAMENT FALA SOBRE ENTRADA OFICIAL DO SPOTIFY NO BRASIL (FOTO: DIVULGAÇÃO) |
Por enquanto, o pacote Premium custará US$ 5,90 e só quem possui cartão internacional poderá adquiri-lo, mas a empresa garante que a compra em reais estará disponível "muito em breve". Aí, o preço será de R$ 14,90.
Streaming no Brasil
Esse tipo de serviço não é exatamente uma novidade por aqui. Programas como Rdio e Deezer já existem há algum tempo, mas o Spotify garante que sua maior concorrência não são os outros players, e sim a pirataria. Outro grande desafio é fazer com que o internauta brasileiro conheça o produto. "O mercado de streaming ainda é pouco desenvolvido no Brasil. O nosso primeiro trabalho é aumentar o tamanho da torta [mercado]. No futuro, o objetivo será alcançar a liderança do mercado nacional", afirmou Gustavo Diament, diretor da empresa na América Latina, durante coletiva de imprensa realizada hoje. Para o evento, a empresa contou com o apoio de artistas como Gaby Amarantos, Fernanda Takai, Marcelo Jeneci e Gilberto Gil para divulgar o serviço.
Durante o período de testes no país, segundo Diament, 400 mil pessoas pediram acesso ao Spotify. Ele se diz confiante de que a empresa oferece a melhor experiência aos usuários entre os concorrentes e, apesar de não revelar números, aposta em um crescimento exponencial da empresa no país. "O brasileiro adota novas tecnologias muito rápido. Esperamos que se torne um de nossos mercados mais importantes em um futuro próximo", diz.
A estreia no Brasil acontece com um catálogo de mais de 30 milhões de músicas, algo que Diament considera um dos diferenciais do serviço. Ele também cita a característica de plataforma social, que permite aos usuários compartilharem músicas com amigos e com seus ídolos. O investimento em tecnologia para personalização refinada (que faz o serviço sugerir ao usuário "a música certa na hora certa"), além do foco em curadoria, especialmente com as playlists, também estão entre as "armas" do Spotify.
Em relação à demora para o lançamento oficial no Brasil, esperada desde meados do ano passado, o diretor nega que tenha ocorrido um atraso. "Só lançamos o serviço quando estamos prontos para oferecer a melhor experiência para o usuários. Não considero isso um atraso", afirma.
Negociação com gravadoras
Diament diz que a negociação com as gravadoras e distribuidoras não foi mais difícil no Brasil do que em qualquer outro país e que, por aqui, as empresas apoiaram a chegada do serviço. Entre as parcerias comerciais, já estão garantidas cinco grandes empresas: Heineken, Fiat, LG, Unilever e Nivea.
Para crescer no Brasil, além de cativar o público, o Spotify também depende de questões que não pode resolver sozinho, como uma melhor infraestrutura de telecomunicações e o barateamento dos smartphones. Isso porque sua grande aposta nos países em desenvolvimento, como aconteceu no México, é o acesso de seu serviço via celular.
O Spotify começou em 2006 por iniciativa de Daniel Ek, empreendedor sueco e atual CEO da empresa. O serviço ficou disponível a partir de 2008. Desde então, seus números impressionam. São 40 milhões de usuários ativos, sendo mais de 10 milhões com o serviço pago. Na Suécia, ele é responsável por 70% da receita da indústria da música e, no Reino Unido, deve chegar a um terço até o final do ano. Durante toda sua existência, ele já rendeu US$ 1 bilhão para os detentores dos direitos autorais das músicas, sendo metade desse valor só no ano passado. Com o Brasil, chega ao seu 57º país de atuação. Falta saber se, apesar de todas as nossas dificuldades estruturais, o serviço vai ser um sucesso por aqui também.
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