Abilio Diniz quer adquirir 6% das ações do Carrefour , dizem fontes (Edu Lopes) |
Diniz também teria contratado a assessoria do executivo Caio Mattar, que foi um dos seus braços direitos no GPA, para a venda de suas lojas alugadas ao Pão de Açúcar. Com a venda dessas lojas, cerca de 60 unidades, o empresário levantaria aproximadamente 2,5 bilhões de reais, o que daria mais liquidez para obter perto de 6% das ações na rede de varejo francesa.
De acordo com as fontes, Abilio quer adquirir a mesma fatia da família francesa Moulin, proprietária da loja de luxo Galeries Lafayette, no Carrefour. Em abril, a família Moulin informou ao mercado a aquisição de 6,1% no Carrefour S/A, por meio da Motier Holding, tornando-se o terceiro maior acionista do grupo, atrás do grupo de private equity Colony Capital LLC e da holding do empresário francês Bernard Arnault. Para adquirir uma participação parecida, Abilio Diniz teria de levantar quase 4 bilhões de reais, estima o mercado.
Na prateleira - O GPA tem o direito de preferência para a compra dos imóveis que Abilio ainda detém do Pão de Açúcar, que já teriam sido oferecidos ao Kinea (fundo de investimento do Itaú), à BR Properties e a fundos de pensão. Procurados, a assessoria de Abilio Diniz, o executivo Caio Mattar, Kinea, BR Properties e o Carrefour não quiseram comentar o assunto.
Na semana passada, o empresário levantou quase 820 milhões de reais com a venda de 7,9 milhões de ações preferenciais que detinha no GPA. Outros membros da família Diniz continuarão a ser acionistas do GPA, mas não deram direito de “lock-up” (comprometimento de não venda das ações). A assessoria de imprensa da Península, empresa responsável pelos investimentos dos Diniz, disse que essa venda fez parte de um processo de "diversificação do portfólio" da família, e que esses recursos seriam destinados a reforçar a estratégia de investimentos em novos negócios, sem fornecer mais detalhes.
Direitos especiais - Há meses Abilio Diniz tem sido cortejado pelo presidente da rede varejista francesa Carrefour, Georges Plassat, para assumir a direção da companhia no Brasil. No fim do ano passado, Plassat jantou com Pércio de Souza, dono da butique de investimento Estáter, que assessorou Diniz na operação com o Casino e em outros negócios. À época, o empresário não se interessou pela proposta, uma vez que já havia negociado sua entrada na BRF, na qual injetou 1 bilhão de reais. Procurada, a Estáter também não comentou o assunto.
No entanto, Abilio Diniz voltou a falar com Plassat nas últimas semanas e, ao comprar uma participação na rede francesa, estaria negociando em troca direitos especiais de gestão da rede varejista no Brasil. "Ele faria parte do conselho do Carrefour lá fora, seria presidente do conselho no país e teria direito a indicar o presidente (o nome de Antonio Ramatis, ex-presidente da Via Varejo, foi especulado pelo mercado)", disse uma fonte. Plassat busca um gestor forte para mudar a gestão do Carrefour no País e preparar a empresa para ir à bolsa em 2015.
(com Estadão Conteúdo)
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