O mundo de Mark Zuckerberg não gira mais em torno do Facebook. Nesta quarta-feira 19, o fundador e CEO da rede social anunciou a compra do aplicativo Whatsapp por chamativos US$ 19 bilhões. O movimento mostra uma nova postura de Zuckerberg: ele desistiu de integrar todo o mundo em sua rede social. "As pessoas querem fazer coisas diferentes, em meios e aplicações diferentes", afirmou Zuckerberg há um mês, à Bloomberg.
Zuckerberg desistiu de fazer com que usuários troquem mensagens pelo Facebook
O Whatsapp, um aplicativo de troca de mensagens pela internet, cresce e pode ser considerado o Facebook da comunicação. Zuckerberg tentou de várias maneiras fazer com que seus usuários trocassem mensagens por suas soluções móveis. Permitiu que o Messenger do Facebook mostrasse torpedos de celulares. Depois incluiu a opção de enviar textos diretamente para outros smartphones que tivessem o aplicativo. Não bastasse isso, incluiu o recurso de troca de arquivos. E, ao final, criou uma aplicação exclusiva para a troca de mensagens. Nada disso deu certo. A solução, então, foi comprar o rival Whatsapp.
A ferramenta criada, em 2009, pelo ucraniano Jan Koum e pelo Brian Acton é hoje a plataforma mais popular de troca de mensagens pela internet. Ela conta com 450 milhões de usuários mensais. Cerca de 1 milhão novos usuários se registram por dia no Whatsapp. Melhor ainda: 70% deles usam a aplicação, exclusiva para smartphones, diariamente. Em dezembro, eles trocavam 54 bilhões de mensagens por dia. "O Whatsapp está a caminho do bilhão de usuários", afirmou Zuckerberg, logo depois de anunciar a compra. "Essa é uma marca especial, que poucas empresas atingem."
O Whatsapp dá um banho de juventude no Facebook. Apesar de ter apenas 10 anos, a rede social não estava mais conseguindo se conectar com o público jovem. Um relatório da consultoria americana iStrategy Labs, contestado por Zuckerberg, indicava a base de usuários adolescentes do Facebook havia diminuído 25% desde 2011.
A compra do Whatsapp reforça também a posição do Facebook no emergente mercado da mobilidade, considerado crítico para o sucesso da companhia.
Em maio de 2012, quando o Facebook abriu o capital, a rede social revelou uma falha séria. A companhia não ganhava um centavo com aplicativos móveis. Zuckerberg, logo em seguida, fez uma reunião na qual conclamou seus funcionários a transformarem a rede social em uma companhia de “mobile first” – isto é – de que deveria pensar sempre primeiro na mobilidade.
Em janeiro de 2014, ao divulgar os seus resultados trimestrais, o Facebook mostrou que tinha conseguido fazer a transição. Atualmente, a publicidade via celular é a principal fonte de receita da companhia de Zuckerberg. É algo que só tende a se aprofundar, nos próximos anos. E o Whatsapp, assim como o Instagram, comprado em 2012, só tende a colaborar com isso.
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