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Google aquece briga pela música online


Um dos anúncios mais esperados do Google I/O, conferência de desenvolvedores realizada semana passada, foi o lançamento do serviço de streaming musical da empresa, o Google Play Music All Access. Inicialmente disponível apenas nos Estados Unidos, o serviço tem versões para o sistema Android e a para a web por US$ 9,99 ao mês – US$ 7,99 até 30 de junho.
Chris Yerga, diretor de
engenharia do Android apresenta o Google Play Music All Access no Google I/O FOTO: John G. Mabanglo/EFE
O Google já mantém o YouTube, considerado o maior site de streaming do mundo. Em 2012, os dez vídeos mais vistos pelos brasileiros no site eram todos de música. Com o novo serviço, a empresa oferece uma opção paga e mais organizada, além de reforçar a presença em um dos mercados mais quentes do entretenimento digital.
O Google chega num terreno ocupado por empresas menores e já estabelecidas, como o Spotify, atual líder mundial, Pandora, Rdio e Deezer. Juntas, essas empresas movimentaram mais de US$ 1 bilhão em 2012.
Nos serviços de streaming, o usuário paga uma assinatura mensal para ter acesso ilimitado a um vasto acervo online de músicas. “Esses modelos baseados em assinatura serão grandes pilares de crescimento da indústria musical nos próximos anos”, diz Cláudio Vargas, vice-presidente de novos negócios da Sony Brasil.
O streaming é considerado a salvação para uma indústria que passou a última década sendo atropelada pelo compartilhamento de música online. Embora refute essa ideia, Fabio Silveira, gerente de novas mídias da Deckdisc, maior selo independente do Brasil, considera o serviço uma arma poderosa contra a sangria desatada da pirataria. “É a resposta que as gravadoras deveriam ter sido capazes de dar anos atrás. O valor é acessível, todo mundo pode pagar.”
Mathieu Le Roux, diretor do Deezer para a América Latina, concorda. “Hoje, 90% da minha concorrência é a pirataria, que tem um impacto muito maior no negócio do que o Google e a Apple reunidos”, diz.
A chegada do Google pode ser um ponto de virada para um mercado que soma 20 milhões de assinantes no mundo. “É um número pequeno diante do potencial do serviço. A entrada de grandes players como o Google mostra que o streaming é um bom negócio”, diz Vargas.
No Brasil, esse mercado ainda é incipiente. Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD), em 2012, a música digital chegou a 28,37% do mercado total de música no País. O papel do streaming por assinatura ainda é pequeno: 25,3% da receita com o digital. Ou seja, o serviço ainda precisa crescer muito para causar impacto no bolo geral da indústria. “Sou defensor fervoroso do streaming. Mas a remuneração é muito baixa e o sistema é complexo e caro. Quem mais ganha hoje são as empresas de tecnologia”, diz Maurício Tagliari, sócio do selo YB Music, casa de artistas como Tulipa Ruiz.
Um estudo da Merlin, agência global de direitos autorais que representa selos e artistas independente aponta que os associados da agência esperam arrecadar US$ 65 milhões em royalties de serviços de streaming em 2013. Dividido entre os 20 mil membros, o valor total representa apenas US$ 3,2 mil para cada selo.
“O streaming não vai representar 100% da renda e artistas, mas vai ter uma posição importante na remuneração. Em alguns países já é maior do que as vendas em download”, diz Le Roux, da Deezer.
Vargas, da Sony, ameniza. “É um modelo diferente e, portanto, a remuneração é diferente para a cadeia como um todo. É uma nova economia para um novo consumidor”, diz.
STREAMING
O que é?
Forma de transferência de dados que permite tocar vídeo ou música direto da internet, sem baixar.
Como funciona?
Em vez de baixar o arquivo , o streaming permite que a música comece a ser escutada enquanto o arquivo é carregado.
Velocidade
O sistema é mais rápido porque a música não fica armazenada no computador, mas apenas no cache. Dessa forma, a transmissão não viola os direitos autorais.

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